Estas fotografias são de casas, provavelmente de habitação, junto a um dos canais da Ria de Aveiro.
Sempre que saio da "casca" do quotidiano e vou a um lugar fotográfo as casas, novas, velhas, em ruínas, em construção...os pormenores, pistas que me digam como se habita ali. Já não sei se é intrínseco ou se foi a profissão que me moldou. E se já não sei, não me lembro de como era antes de ser arquitecta, então posso dizer que agora é intrinseco. Sou por defeito uma pessoa arquitecta nos pensamentos e nas palavras. Não sou daquelas sofredoras por saber as últimas obras das estrelas da arquitectura nacional e estrangeira, não. Sou daquelas que gosta simplesmente deixar as construções "falarem" sejam elas de quem forem, interessa-me é o que sinto quando as experiencio e não o nome por trás delas. Interessa-me é perceber como as pessoas que as habitam sentem por elas, e nos detalhes isso vê-se, transpira cá para fora, passa paredes, janelas e portas. E é desses momentos de felicidades dos outros que eu retiro a felicidade que preciso para continuar a ser uma pessoa arquitecta em pensamentos e palavras. Porque há dias que é dificil suster-me sozinha.